Este registo fotográfico é deveras surpreendente. Diríamos mesmo que chega a ser embaraçoso, atendendo às nódoas negras que preenchem o currículo escrito a sangue destes quatro terroristas do futebol português.
O que fez então com que estas máquinas de destruição em movimento dessem as mãos como se estivessem no jardim da Celeste, prontos a saltitar numa rodinha enquanto entoavam o “giroflé-giroflá”?
Estaria a ser formada uma união sindical de matadores em pleno relvado?
Seria um programa de promoção ao filme "Street Fighter"?
Pura manobra de diversão?
Talvez um pouco de tudo. Antes deste V. Guimarães – F.C. Porto de 1995 tinham ocorrido incidentes entre adeptos fora do estádio, um pouco à imagem do que estes carniceiros faziam dentro de campo. Ou seja, uma mistura entre boxe e luta livre onde valeu tudo, excepto golpes legais. Foi o célebre episódio da Anabela, uma extrovertida menina da Ribeira que fez questão de mostrar ao mundo o orgulho que sentia da sua zona pélvica, perante a escolta complacente dos polícias.
Os nervos estavam em franja. Paulinho Santos, quiçá o mais implacável de todos os jogadores que escaparam por qualquer motivo a uma extraordinária carreira nos Comandos, salivava como um pitbull espicaçado, excitado pela perspectiva de sangue.
- Vamos a eles, carago! Vou rebentar as trombas do Vorkapic com um rotativo à meia-volta! E o Pedro Barbosa vai desejar nunca ter saído da croissanteria! – espumava Paulinho de dentes cerrados, equipando-se com soqueiras, pontiagudos alfinetes de 16mm e granadas de fragmentação.
João Pinto, mais discreto, sabia todo o bê-á-bá das cuspidelas e das rasteiras matreiras de trás para a frente, sendo uma autoridade internacional devidamente credenciada neste domínio. Raramente falhava um carrinho a pés juntos. Estava sempre a par de todas as inovações do jogo sujo e planeava fazer um mestrado em Minas e Armadilhas Ao Primeiro Poste, estagiando junto da ETA e do IRA. Já tinha agarrado o seu bisturi e preparava-se para esfrangalhar cirurgicamente os nervos de qualquer Dane que lhe aparecesse à ilharga.
Do outro lado do balneário, Tanta pintava a cara como se estivesse no filme “O Predador” (o primeiro deles, claro). Olhos fixos no inimigo, apontava o dedo a Latapy e sussurrava-lhe “tu de hoje não passas”, jurando-lhe vingança por qualquer coisa não identificada. Autêntico talhante sem piedade, Tanta podia cortar ossos apenas com o uso das mãos e dentes. Tanta actuava dentro do relvado como se estivesse numa guerrilha pela independência de um país qualquer da América Latina.
Ao seu lado, Matias. Matias era uma espécie de patife da taberna, que em vez de limpar o vinho do bigode limpava sangue. Entre uma mini e uma travessa de moelas, Matias acumulava pequenos crimes, uma ou outra esfaqueadela com o canivete, um ou outro corta-unhas espetado nas zonas baixas dos oponentes. Matias espalhava o terror junto à meia-lua e não se coibia de roubar doces às crianças, se sentisse que isso seria um bom complemento aos seus torresmos. Estava pronto para fazer perder a Paciência ao Domingos e indicou esse desejo ao soltar um traque sonoro e nauseabundo à entrada das quatro linhas.
Porém, a ideia dos dirigentes era outra: havia que apaziguar os ânimos, dar uma imagem de moralização. E então surgiu a ideia de mascarar estes perigosos meliantes dos relvados de meninos da pré-primária.
- Eh pá, que mariquice, carago! Posso ao menos beliscar os braços deles? – desabafou Paulinho.
- Vou agarrar-lhes as mãos com tanta força que os tipos vão ficar sem poder tocar piano o resto da vida! – avisou João Pinto.
- Ué? Prometji qui não tenho qui cantá? É qui eu sô muito mau a cantá o “Atchirêi o Pau Ao Gato”… – soltou o perplexo Tanta, totalmente aturdido com a sugestão.
- Para mim tudo bem. Eu vou logo para o coito e não me apanham! – disse Matias, para quem as traquinices nunca eram demais.
E lá foram eles, talvez para o mais humilhante retrato público das suas violentas carreiras. A imagem que ficou na memória do público foi aquela lá de cima, mas a imagem que eles queriam que o público retivesse era esta aqui de baixo:
O que fez então com que estas máquinas de destruição em movimento dessem as mãos como se estivessem no jardim da Celeste, prontos a saltitar numa rodinha enquanto entoavam o “giroflé-giroflá”?
Estaria a ser formada uma união sindical de matadores em pleno relvado?
Seria um programa de promoção ao filme "Street Fighter"?
Pura manobra de diversão?
Talvez um pouco de tudo. Antes deste V. Guimarães – F.C. Porto de 1995 tinham ocorrido incidentes entre adeptos fora do estádio, um pouco à imagem do que estes carniceiros faziam dentro de campo. Ou seja, uma mistura entre boxe e luta livre onde valeu tudo, excepto golpes legais. Foi o célebre episódio da Anabela, uma extrovertida menina da Ribeira que fez questão de mostrar ao mundo o orgulho que sentia da sua zona pélvica, perante a escolta complacente dos polícias.
Os nervos estavam em franja. Paulinho Santos, quiçá o mais implacável de todos os jogadores que escaparam por qualquer motivo a uma extraordinária carreira nos Comandos, salivava como um pitbull espicaçado, excitado pela perspectiva de sangue.
- Vamos a eles, carago! Vou rebentar as trombas do Vorkapic com um rotativo à meia-volta! E o Pedro Barbosa vai desejar nunca ter saído da croissanteria! – espumava Paulinho de dentes cerrados, equipando-se com soqueiras, pontiagudos alfinetes de 16mm e granadas de fragmentação.
João Pinto, mais discreto, sabia todo o bê-á-bá das cuspidelas e das rasteiras matreiras de trás para a frente, sendo uma autoridade internacional devidamente credenciada neste domínio. Raramente falhava um carrinho a pés juntos. Estava sempre a par de todas as inovações do jogo sujo e planeava fazer um mestrado em Minas e Armadilhas Ao Primeiro Poste, estagiando junto da ETA e do IRA. Já tinha agarrado o seu bisturi e preparava-se para esfrangalhar cirurgicamente os nervos de qualquer Dane que lhe aparecesse à ilharga.
Do outro lado do balneário, Tanta pintava a cara como se estivesse no filme “O Predador” (o primeiro deles, claro). Olhos fixos no inimigo, apontava o dedo a Latapy e sussurrava-lhe “tu de hoje não passas”, jurando-lhe vingança por qualquer coisa não identificada. Autêntico talhante sem piedade, Tanta podia cortar ossos apenas com o uso das mãos e dentes. Tanta actuava dentro do relvado como se estivesse numa guerrilha pela independência de um país qualquer da América Latina.
Ao seu lado, Matias. Matias era uma espécie de patife da taberna, que em vez de limpar o vinho do bigode limpava sangue. Entre uma mini e uma travessa de moelas, Matias acumulava pequenos crimes, uma ou outra esfaqueadela com o canivete, um ou outro corta-unhas espetado nas zonas baixas dos oponentes. Matias espalhava o terror junto à meia-lua e não se coibia de roubar doces às crianças, se sentisse que isso seria um bom complemento aos seus torresmos. Estava pronto para fazer perder a Paciência ao Domingos e indicou esse desejo ao soltar um traque sonoro e nauseabundo à entrada das quatro linhas.
Porém, a ideia dos dirigentes era outra: havia que apaziguar os ânimos, dar uma imagem de moralização. E então surgiu a ideia de mascarar estes perigosos meliantes dos relvados de meninos da pré-primária.
- Eh pá, que mariquice, carago! Posso ao menos beliscar os braços deles? – desabafou Paulinho.
- Vou agarrar-lhes as mãos com tanta força que os tipos vão ficar sem poder tocar piano o resto da vida! – avisou João Pinto.
- Ué? Prometji qui não tenho qui cantá? É qui eu sô muito mau a cantá o “Atchirêi o Pau Ao Gato”… – soltou o perplexo Tanta, totalmente aturdido com a sugestão.
- Para mim tudo bem. Eu vou logo para o coito e não me apanham! – disse Matias, para quem as traquinices nunca eram demais.
E lá foram eles, talvez para o mais humilhante retrato público das suas violentas carreiras. A imagem que ficou na memória do público foi aquela lá de cima, mas a imagem que eles queriam que o público retivesse era esta aqui de baixo:
13 comentários:
O melhor post de sempre. Parabéns.
PS: Chorei ao ver esta foto.
O problema é que nenhum destes partiu a perna a nenhum jogador como, por exemplo, Toni, Katsouranis, Fidalgo,et.
Já agora. Posso subtrair a foto para meu uso pessoal?
Força, Davidinho.
Ouvi dizer que o bigode do Matias era um terrorista procurado no Afeganistão.
Ontem eu fazer um goal.
e o paulinho santos que partiu a perna ao bino, e o maxilar ao joão pinto.
e o joão vieira pinto que partiu o maxilar ao paulinho.
não percebo pq se lembram só da agressão do caxineiro.
Estando, a mais de oito anos a viver aqui em Londres, e sendo um benfiquista daqueles que cortam bilhetes a entrada dos estadios, com a mera intencao de poder ver jogos de borla; ja tive, em duas recentes visitas da equipa do FCP, a oportunidade de ver o vosso clube a jogar contra o Arsenal. Curiosamente, apesar de ter pago bom dinheiro pelos mesmos bilhetes, entrei no estadio completamente rodeado da vossa claque mas silenciosamente a espera que o Porto nao ganha-se, uma vez que a claque portista se comportava de uma forma tao provincianamente selvagem ao ponto de eu achar que a seguranca de inocentes benfiquistas (como eu pois!) estava, ou estaria, manifestamente em causa.
Hoje, nao tenciono ir ver o Porto a Manchester, nao tanto por razoes de seguranca (uma vez que os ingleses nao se importaram em relacao ao eventual barulho que a claque portista possa causar...no fim do jogo perceberam porque!),mas sim porque tenho a indubitavel conviccao de que o Manchester vai reduzir o Porto(ou FCP, como quiserem), a uma das mais historicas goleadas da champions league!
Good luck, anyway...
Ze (de alguidares de cima (ou de baixo, consoante a vossa irreverente imaginacao))
"(...)tenho a indubitavel conviccao de que o Manchester vai reduzir o Porto(ou FCP, como quiserem), a uma das mais historicas goleadas da champions league!(...)"
HAHAHAHAHAHAHAHA!
Oh Zé...então, pá???
Eu não gosto de ser mal educado mas agora não me vou aguentar...
Esse PAROLO SALOIO EMIGRA da merda que vá agora coçar o cotovelo e por fenistil.
Alto! Duje Cop postou. Curvemo-nos (não, não estou a incitar à prática do felatio ao novo Lepi).
E, já agora, deixo aqui o meu singelo "Owned" para o emigrante de serviço e os votos de que o melão desinche rapidamente, para estar pronto para outra.
Está visto que não são só Jamir e Donizete a falhar na profissão de Nostradamus XXI.
Robo Cop, volta sempre. Tens aqui um tasco virtual onde podes beber umas bejecas cibernéticas com os teus amigos de monitor. Traz o Patacas, se puderes.
Abraço. Muitos goals.
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